
Em julho deste ano, a capital do Brasil se tornou palco de uma mobilização histórica: a 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (5ª CNDPD), que reuniu mais de 1,6 mil pessoas, incluindo gestores públicos e representantes da sociedade civil. Como resultado desse encontro, foi criada a Carta de Brasília “Pessoas com Deficiência na Luta por Equidade”. Este manifesto político apresenta uma série de propostas destinadas a ampliar a acessibilidade, inclusão e a superação de práticas capacitistas, tornando-se uma peça central para a promoção dos direitos das pessoas com deficiência no país.
Baixe aqui a Carta
A elaboração da Carta de Brasília foi liderada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD). Esse documento não só sintetiza as discussões e deliberações da conferência, mas também serve como um guia para a formulação e implementação de políticas públicas voltadas a essa população.
Participação como Pilar Fundamental
Um dos pontos centrais da Carta de Brasília é o reconhecimento da importância da participação ativa das pessoas com deficiência na definição das políticas que as afetam. Essa perspectiva é essencial para garantir que as soluções propostas sejam verdadeiramente eficazes e condizentes com as demandas reais dessa população. Como destacou a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, o documento reflete um processo colaborativo que envolveu tanto os participantes da conferência quanto a sociedade civil.
Segundo Feminella, o documento será amplamente divulgado, buscando alcançar organizações da sociedade civil, o setor privado, conselhos de direitos e lideranças políticas. O objetivo é que essas entidades e indivíduos incorporem as propostas em suas práticas e decisões, assegurando a implementação de medidas que promovam a equidade.
Principais Demandas e Propostas
Entre as diversas demandas apontadas na Carta, uma das mais urgentes é a criação de um fundo nacional voltado exclusivamente à promoção dos direitos das pessoas com deficiência. Esse fundo seria uma ferramenta para assegurar o financiamento contínuo de ações e políticas inclusivas, além de incentivar o desenvolvimento de novas iniciativas.
Outra proposta central do documento é o fortalecimento de um sistema unificado de avaliação biopsicossocial da deficiência. Esse modelo de avaliação, já em desenvolvimento, visa ir além da avaliação puramente médica, levando em conta as barreiras sociais e ambientais enfrentadas pelas pessoas com deficiência. Naira Gaspar, diretora dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SNDPD, esclarece que a criação desse sistema irá permitir a emissão de um certificado único, válido em todo o país. Isso não só trará mais agilidade e padronização ao processo, como também garantirá que as políticas públicas sejam adequadas às necessidades específicas de cada pessoa.
O manifesto também frisa a necessidade de fortalecer o mercado de trabalho para as pessoas com deficiência. De acordo com a Carta, é imperativo que o poder público e privado trabalhem juntos para garantir equidade salarial, além de assegurar condições dignas de trabalho. O documento sugere a criação de normativas que promovam a conscientização dos empregadores e a formação contínua de profissionais, para que as barreiras de acesso ao trabalho sejam progressivamente eliminadas.
Comunicação Universal e Inclusiva
Outro aspecto essencial da Carta de Brasília é o direito à comunicação universal. A acessibilidade na comunicação é um fator-chave para garantir a participação plena das pessoas com deficiência na sociedade. Isso inclui o uso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), adaptações de material em formatos acessíveis, como braile, e a disponibilização de recursos tecnológicos que facilitem a comunicação. A garantia de uma comunicação universal está diretamente relacionada à inclusão e à cidadania das pessoas com deficiência.
Além disso, a Carta destaca a importância do fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias assistivas. Esses recursos são fundamentais para melhorar as habilidades funcionais das pessoas com deficiência, permitindo maior independência e autonomia. O financiamento de crédito com baixo custo para a aquisição de equipamentos assistivos é uma das sugestões apresentadas, ressaltando a importância de garantir que essas tecnologias sejam acessíveis a todas as pessoas que delas necessitam.
Superação do Capacitismo
A luta contra o capacitismo — discriminação baseada em deficiências — permeia toda a Carta de Brasília. A superação dessas práticas é um dos objetivos centrais do documento, que propõe a criação de estratégias de controle social para monitorar a implementação de políticas públicas e assegurar que elas estejam efetivamente contribuindo para a inclusão. Nesse sentido, a promoção de campanhas educativas e a conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência são ações fundamentais para desconstruir preconceitos e garantir o respeito à diversidade.
Consulta Pública e Aprovação
A Carta de Brasília foi submetida à consulta pública entre os dias 13 e 19 de agosto deste ano, por meio do Sistema Geral de Participações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Durante esse período, a sociedade teve a oportunidade de contribuir com sugestões e emendas ao documento. Após o encerramento da consulta, as contribuições foram sistematizadas pelo Conade e votadas entre os dias 27 e 30 de agosto.
O resultado final da consulta pública foi um documento que sintetiza as propostas aprovadas durante a 5ª CNDPD. Essas propostas foram organizadas em um formato acessível, com versões do manifesto disponíveis em linguagem simples, para pessoas com deficiência intelectual, e em Libras, garantindo que o maior número possível de pessoas possa acessar o conteúdo da Carta.
A Caminho de uma Sociedade Mais Inclusiva
A Carta de Brasília se estabelece como um marco importante na luta pelos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Com propostas que abrangem desde a criação de políticas públicas inclusivas até o combate ao capacitismo, o documento oferece um caminho claro para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Ao destacar a importância da participação das pessoas com deficiência na formulação dessas políticas e ao propor ações concretas como a criação de um sistema unificado de avaliação da deficiência e o fortalecimento da comunicação universal, a Carta coloca o Brasil mais próximo de alcançar uma verdadeira inclusão social. No entanto, para que esse futuro inclusivo se concretize, será necessário um esforço conjunto entre sociedade civil, governo e setor privado.
Em última instância, a Carta de Brasília não apenas sintetiza as vozes e aspirações das pessoas com deficiência, mas também aponta para um futuro onde todos os cidadãos, independentemente de suas condições, possam viver com dignidade, autonomia e equidade.de civil. Como resultado desse encontro, foi criada a Carta de Brasília “Pessoas com Deficiência na Luta por Equidade”. Este manifesto político apresenta uma série de propostas destinadas a ampliar a acessibilidade, inclusão e a superação de práticas capacitistas, tornando-se uma peça central para a promoção dos direitos das pessoas com deficiência no país.
A elaboração da Carta de Brasília foi liderada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD). Esse documento não só sintetiza as discussões e deliberações da conferência, mas também serve como um guia para a formulação e implementação de políticas públicas voltadas a essa população.
Participação como pilar fundamental
Um dos pontos centrais da Carta de Brasília é o reconhecimento da importância da participação ativa das pessoas com deficiência na definição das políticas que as afetam. Essa perspectiva é essencial para garantir que as soluções propostas sejam verdadeiramente eficazes e condizentes com as demandas reais dessa população. Como destacou a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, o documento reflete um processo colaborativo que envolveu tanto os participantes da conferência quanto a sociedade civil.
Segundo Feminella, o documento será amplamente divulgado, buscando alcançar organizações da sociedade civil, o setor privado, conselhos de direitos e lideranças políticas. O objetivo é que essas entidades e indivíduos incorporem as propostas em suas práticas e decisões, assegurando a implementação de medidas que promovam a equidade.
Principais demandas e propostas
Entre as diversas demandas apontadas na Carta, uma das mais urgentes é a criação de um fundo nacional voltado exclusivamente à promoção dos direitos das pessoas com deficiência. Esse fundo seria uma ferramenta para assegurar o financiamento contínuo de ações e políticas inclusivas, além de incentivar o desenvolvimento de novas iniciativas.
Outra proposta central do documento é o fortalecimento de um sistema unificado de avaliação biopsicossocial da deficiência. Esse modelo de avaliação, já em desenvolvimento, visa ir além da avaliação puramente médica, levando em conta as barreiras sociais e ambientais enfrentadas pelas pessoas com deficiência. Naira Gaspar, diretora dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SNDPD, esclarece que a criação desse sistema irá permitir a emissão de um certificado único, válido em todo o país. Isso não só trará mais agilidade e padronização ao processo, como também garantirá que as políticas públicas sejam adequadas às necessidades específicas de cada pessoa.
O manifesto também frisa a necessidade de fortalecer o mercado de trabalho para as pessoas com deficiência. De acordo com a Carta, é imperativo que o poder público e privado trabalhem juntos para garantir equidade salarial, além de assegurar condições dignas de trabalho. O documento sugere a criação de normativas que promovam a conscientização dos empregadores e a formação contínua de profissionais, para que as barreiras de acesso ao trabalho sejam progressivamente eliminadas.
Comunicação universal e inclusiva
Outro aspecto essencial da Carta de Brasília é o direito à comunicação universal. A acessibilidade na comunicação é um fator-chave para garantir a participação plena das pessoas com deficiência na sociedade. Isso inclui o uso de Libras (Língua Brasileira de Sinais), adaptações de material em formatos acessíveis, como braile, e a disponibilização de recursos tecnológicos que facilitem a comunicação. A garantia de uma comunicação universal está diretamente relacionada à inclusão e à cidadania das pessoas com deficiência.
Além disso, a Carta destaca a importância do fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias assistivas. Esses recursos são fundamentais para melhorar as habilidades funcionais das pessoas com deficiência, permitindo maior independência e autonomia. O financiamento de crédito com baixo custo para a aquisição de equipamentos assistivos é uma das sugestões apresentadas, ressaltando a importância de garantir que essas tecnologias sejam acessíveis a todas as pessoas que delas necessitam.
Superação do capacitismo
A luta contra o capacitismo — discriminação baseada em deficiências — permeia toda a Carta de Brasília. A superação dessas práticas é um dos objetivos centrais do documento, que propõe a criação de estratégias de controle social para monitorar a implementação de políticas públicas e assegurar que elas estejam efetivamente contribuindo para a inclusão. Nesse sentido, a promoção de campanhas educativas e a conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência são ações fundamentais para desconstruir preconceitos e garantir o respeito à diversidade.
Consulta pública e aprovação
A Carta de Brasília foi submetida à consulta pública entre os dias 13 e 19 de agosto deste ano, por meio do Sistema Geral de Participações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Durante esse período, a sociedade teve a oportunidade de contribuir com sugestões e emendas ao documento. Após o encerramento da consulta, as contribuições foram sistematizadas pelo Conade e votadas entre os dias 27 e 30 de agosto.
O resultado final da consulta pública foi um documento que sintetiza as propostas aprovadas durante a 5ª CNDPD. Essas propostas foram organizadas em um formato acessível, com versões do manifesto disponíveis em linguagem simples, para pessoas com deficiência intelectual, e em Libras, garantindo que o maior número possível de pessoas possa acessar o conteúdo da Carta.
A Caminho de uma sociedade mais inclusiva
A Carta de Brasília se estabelece como um marco importante na luta pelos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Com propostas que abrangem desde a criação de políticas públicas inclusivas até o combate ao capacitismo, o documento oferece um caminho claro para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Ao destacar a importância da participação das pessoas com deficiência na formulação dessas políticas e ao propor ações concretas como a criação de um sistema unificado de avaliação da deficiência e o fortalecimento da comunicação universal, a Carta coloca o Brasil mais próximo de alcançar uma verdadeira inclusão social. No entanto, para que esse futuro inclusivo se concretize, será necessário um esforço conjunto entre sociedade civil, governo e setor privado.
Em última instância, a Carta de Brasília não apenas sintetiza as vozes e aspirações das pessoas com deficiência, mas também aponta para um futuro onde todos os cidadãos, independentemente de suas condições, possam viver com dignidade, autonomia e equidade.